Mais um vídeo...
Desta vez de um encontro em partidas blitz entre Carlsen e Grischuk durante o campeonato do mundo de 2009.
Para além de ser sempre interessante assistir a um jogo entre dois dos melhores praticantes do mundo, este vídeo encerra outro facto curioso. Neste formato de partidas, por certo já assistiram, ou foram mesmo protagonistas, de episódios mais ou menos recambolescos como faltas penalizadoras, pedras que tombam devido à necessária rapidez com que se efectuam os lances a uma dada altura do jogo, cavalos ou bispos que se movem contrariando as regras do jogo, enfim ... uma série de precalços que a pressão do tempo nos leva, por vezes, a cometer. No entanto, há uma suposta falta muitas vezes reclamada que causa sempre muita polémica. A promoção do peão. A reclamação baseia-se no facto de o adversário promover esse peão sem que o mesmo tenha atingido a oitava casa. Ora, neste vídeo, ao sexto minuto e nove segundos, Carlsen pega na dama branca e, três segundos depois, coloca-a em d8 sem que o seu peão de d7 atinja a última casa. Pergunta-se : se tal prática é válida num campeonato do mundo, não terá validade universal ? Por certo que sim a não ser que seja uma regra instituída muito recentemente. Agradeço que quem estiver mais esclarecido, faça o favor de explicar...
4 comentários:
Parabéns Rui, pela pertinência da notícia. O vídeo está muito bom.
Essa regra, para além de estar mal esclarecida, deveria ser abolida para bem da "justiça" do xadrez. Como jogador, nunca entraria em qualquer problema por uma situação como esta, e espero que ninguém o faça comigo. Outra situação curiosa é a que acontece neste vídeo, e com o mesmo Magnus Carlsen...
http://www.youtube.com/watch?v=OixHpjyjwlg
Ao minuto 4:20, Svidler chegou com um peão à oitava fila e nem sequer o promoveu. Isto mostra que apesar de estar um titulo mundial em jogo, que os jogadores assumem o seu fair-play acima de qualquer outra coisa, e penso que deveria ser assim em todo o lado. Afinal o xadrez não passa de um jogo apesar de nem todos o tratarem como tal.
As leis do jogo, no seu artº 3º; 3.7; e) dizem claramente que a promoção é feita após o peão alcançar a ultima casa da sua coluna (a promoção faz parte do lance, ou seja só após a troca do peão por outra peça o lance está concluído).
No caso concreto, há um lance ilegal por parte do jogador, e um erro grave do árbitro que o deixou passar.
Podemos discutir se é justo ou injusto, mas é a lei, e a lei é para aplicar, principalmente a este nivel.
Ao atingir a última linha o peão, como por amadurecimento, sofre uma metamorfose,se ela ocorre durante esse último movimento ou no momento imediatamente após ter tocado no derradeiro quadrado, será essa questão essencial no jogo? Determinante esse momento?Não será um pouco como a discussão do sexo dos anjos?Ou talvez até um pouquito de mesquinhez, talvez um preciosismo indigno, perante a dimensão dos fenómenos que ocorrem e não são observáveis durante o jogo?Aqui dispensaria o rigor, para mim é indiferente, quando pousa poderá ser já uma atraente dama.
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