terça-feira, 25 de outubro de 2011

A política continua a interferir no desporto


O Masters da Córsega decorria de forma natural e sem problemas nas primeiras rondas da competição - com prémios soberbos, participantes bem dispostos e um recorde de jogadores (>170). Nos tabuleiros decorriam fortes batalhas onde cada um jogava os seus argumentos e o fair-play imperava.
No entanto, no início da quarta ronda, no quadro dos resultados apareceu 0-1 referente ao jogo entre o  GM Ghaem Maghami e FM Ehud Shachar.
O GM Ghaem Maghami,
9 vezes campeão iraniano

Era evidente que algo estava errado já que nenhum deles tinha ainda efectuado qualquer lance. Seria um erro de digitação, uma distracção de alguém ? Não. Apenas a recusa do iraniano em defrontar o israelita.
Dentro de um espírito desportivo que se pretende, o responsável máximo pelo evento, o Sr. Leo Battesti, decidiu excluir o jogador do Irão da competição, já que a razão da recusa em defrontar o adversário se deveu a razões de ordem política.
A rivalidade de Ghaem Maghami com Israel é conhecida no meio mas, até agora, nunca se tinha recusado a jogar frente a um oponente daquele país.
Se bem se recordam, demos conta aqui da tentativa dos dois países em bater o recorde mundial de partidas simultâneas que este jogador detém. Defrontou mais de 600 jogadores durante 25 horas. De um total de 614 jogos, Maghami venceu 590, perdeu 8 e empatou 16 tendo,  para isso, caminhado entre tabuleiros, a distância total de 55 kilometros.
A corrida pelo título mundial entre Israel e o Irão iniciou-se em Agosto de 2010. Morteza Mahjoob (Irão) estabeleceu então o recorde de 500 jogos, melhorando o feito registado no Guiness pelo GM Kiril Georgiev. Este recorde teve, no entanto, vida curta, já que o GM israelita Alik Gershon, em Outubro desse mesmo ano, subiu a fasquia para 523 jogos disputados durante 19 horas, vencendo 454, perdendo 11 e empatando 58.
A FIDE pronunciar-se-á agora disciplinarmente face à atitude registada pelo atleta iraniano.

Sem comentários: