Houve um tempo em que jogos sem erros e cálculos efectuados por máquinas na arte do xadrez eram considerados o mais perto da performance de um GM humano. Hoje em dia, contudo, jogam e "pensam" como verdadeiros humanos e este é, sem dúvida, o melhor elogio que podemos fazer a tais máquinas.
Lembram-se do que Tigran Petrosian disse depois de ter sido eliminado por Bobby Fischer do campeonato do mundo de 1971? "Assim que Fischer obtém a mais pequena vantagem, começa a jogar como uma máquina. Não podemos esperar sequer um ligeiro erro." . Actualmente, parece que os papeís se inverteram. " Elas (máquinas) jogam como seres humanos" - e este é, realmente, o melhor tributo que se pode prestar a este tipo de programas.
Não só elogiados por efectuarem movimentos como o mais categorizado jogador faria, como também são acusadas de jogarem por elas. O ex-campeão do mundo Garry Kasparov ainda aguarda rancor contra o Deep Blue da IBM depois de sair derrotado contra o computador em 1997. " Efectuou movimentos humanos " - disse, afirmando implicitamente que a máquina teria sido injustamente auxiliada pela equipa IBM durante a partida. Apesar de terem apresentado provas Kasparov continua, ainda hoje, pouco convencido.
Recentemente, demos aqui conhecimento que o Rybka 4 - a mais conceituada versão do programa de xadrez para computador, elaborada pelo programador checo-americano e IM Vasik Rajlich - estava disponível no mercado.
No final de Maio, saiu como vencedor do 10º torneio internacional de programas de xadrez para computadores que teve lugar na Holanda, tendo vencido oito jogos e perdido apenas para Deep Sjeng um programa de origem asiática e que se quedou um ponto atrás do vencedor.
No entanto, num torneio realizado na Noruega, o Rybka 4 perdeu para outro programa - o também já conhecido Stockfish- num típico jogo de Grunfeld Indiano.
Independentemente de a máquina poder vencer o homem, resta-nos a consolação de, no final, saber que foi o ser humano que emprestou tudo e fez dela o vencedor incontestado...
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